Para o Lyard
Nessa cidade de ritmo gorduroso
onde homens de pedra
inteligentes
simplesmente aceitam
é preciso ter músculos firmes
para gargalhar
ao ser jogado no abismo das eras
sem idade
é preciso ter nervos de alúminio inferrujável
para aguentar
o gemido alto da malandragem
e o olhar incauto da pureza
desfigurada
é preciso ser bom para si
para respirar baixo
e não ser encontrado
(E essa febre que não passa!)
(E esse dente que não cai!)
(E essa criança que não nasce!)
(E esse mundo esperando sabe-se lá o quê para acabar!)
o que falta no oxigênio
é ar.
(Esperança não
ar)
E
para não me acizentar
qual toda cidade
(é necessário fôlego…)
lato.
E meu urro
é quase tão alto
quanto o chiado dos ratos.
(e tem mais aqui!)
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